Quem sou eu

Falar do nosso pai é usar a voz que vem do coração... é buscar na memória as histórias que nos foram contadas e as que vimos ser tecidas ao longo das nossas vidas. Acompanhamos a sua atuação em diferentes fronteiras, muitas estivemos presente e com certeza, as raízes da maioria delas vem lá do sertão. Foi por isso, que escolhemos as árvores de lá para compartilhar o olhar que temos sobre a vida dele. Entre Umbuzeiros e Algarobas, Juremas e Barrigudas, Anjicos e Aroeiras, Gameleiras e São Joeiros, na aridez da caatinga, no calor do sol sertanejo começou a formar as suas vocações.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Fala do Irmão Juracy


Celso,



Parabéns pela sua caminhada de 81 anos. Agora, daqui para frente: “Quando andar, só ande”.
       Quando você saiu da Lagoa em 1946 para estudar no Instituto José Manuel da Conceição (JMC), em Jandira São Paulo, eu tinha 3 anos idade, não me lembro de sua partida. A medida em que os dias, meses e anos foram passando suas cartas chegavam, e nossa mãe lia em voz alta para todos (Papai sem descer do cavalo entregava à carta para ela, que começava sempre assim Instituto Manoel José da Conceição (JMC), algum dia mês e ano da década de 1940).

      Quando você chegou em uma noite do mês de Dezembro de 1949, Juarez foi me acorda bem sedo, e recebi o seu primeiro presente, um carrinho de plástico (você estava sentado em uma rede conversando com todos da família, inclusive vovô e mãe Maria).
      Os anos passaram, você retornou outras vezes de férias e o nosso segundo encontro mais marcante foi no trem Maria Fumaça em Jacobina em de 1958, em uma viagem para Campo Formoso.
      Os dois anos em que estudei no Ginásio Augusto Galvão (GAG), (com a irmã Judite e o irmão Juarez), você me acompanhou como irmão, pastor, educador e amigo. Nunca me esqueço da sua citação em latim (Sic Transit Gloria Mund – Assim passa a gloria do mundo).
      Depois de Campo Formoso, fui para Salvador estudar no colégio Dois de Julho, com o irmão caçula Abimael (hoje o cientista da Lagoa). Em 1964 recebi uma carta sua, depois do golpe militar, me lembro que você afirmava: “O Brasil atrasou o seu desenvolvimento em mais de 40 anos devido a este golpe”. Começava neste momento a sua participação política pela redemocratização do Pais, inclusive abrigando os perseguidos pela ditadura militar, a sua participação pelas DIRETA JÁ.
     Com a sua eleição para Deputado Federal, vem a sua participação na Constituinte, com a elaboração da Constituição Cidadã de 1988.
     Que Deus lhe conceda muitos anos de vida ao lado de sua companheira Neuza e todos os demais membros da família.

Sem mais,
  Um abraço fraterno
    O irmão e amigo,
           JURA

2 comentários:

  1. Celsinho, como era chamado. Fizemos Profissão de fé no mesmo dia, lá no JMC nos idos de 1950

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  2. Foto dos professandos de 1950 no JMC

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