Noventa anos! É clichê, eu sei, mas parece que conheci
Celso, para mim, Reverendo Celso, naquela época, outro dia.
Era professora no Colégio Dois de Julho, lá pelos fins dos
anos 60, e ele era o Capelão... Sempre o admirava por suas posturas éticas e firmes
nas intervenções que fazia, principalmente, nos chamados Conselhos de Classe,
dos quais, junto com todos os professores das turmas, ele sempre participava. Durante aquelas
reuniões, os Conselhos discutiam os resultados dos alunos que tinham perdido a
disciplina. De vez em quando, ele e eu discordávamos na avaliação de meus
alunos. Eu, severa, intransigente,
objetiva nas minhas avaliações. Ele, sempre procurando mostrar o outro lado de
uma nota. O lado mais humano. O lado mais ponderado. Ao fim das argumentações,
sempre chegávamos a um acordo.
O tempo me fez ir conhecendo-o melhor, não só como
Reverendo Celso, mas como o ser humano Celso. Naquele tempo, o que mais me
fazia ver, sentir esse seu lado mais paterno, mais brando, era quando, de
longe, o observava voltando para casa, acompanhado das crianças, ao fim do
turno matutino das aulas. Ele, à frente, e os filhotes, quase que em fila
indiana, atrás... Seguindo-o. Era naqueles
momentos que via o pai, dos filhos e de todos os alunos que precisassem de
uma palavra amiga e de um apoio, sobretudo emocional.
Anos depois, nossos caminhos se cruzaram de novo. Sou mãe
de três de seus sobrinhos, Cássio, Ângelo e Fábio. Conheci, então, mais de
perto, a história de vida pública, a atuação política e religiosa de Celso. E
nunca parei de me surpreender e de admirá-lo por suas posições firmes e fortes,
sempre a favor dos mais vulneráveis. Dos
mais desprotegidos. Dos mais fracos.
Para a família, eu sempre o vi como o esteio e o bastão para
todos. Um coração sempre aberto para acolher os que a ele recorriam. O farol
que guiava a todos, que estava sempre presente, tanto em momentos de júbilo,
como em momentos de tristeza e solidão.
Uma vez, Celso, você, provavelmente não se recorda, você foi
nos visitar, um dia pela manhã. Enquanto conversávamos, você me disse que
Ricardo que, à época tinha 11 anos, tinha ido ao banco resolver algo. Minha
surpresa, eu lembro, foi enorme! Como ele podia ter deixado Ricardo ir ao
banco, sozinho, com aquela pouca idade? Você lembra? Você me disse, “Rosa, para
criar filhos, temos de ter fé!”... E eu, mãe que era, e sempre fui super
protetora, internalizei que você tinha razão... Para criarmos filhos,
precisamos, principalmente, ter fé...
Para a minha família original, Celso foi o cunhado-irmão
que esteve sempre presente. Foi quem celebrou o meu casamento, o de uma de minhas irmãs, e co-celebrou
o casamento de dois de meus filhos, seus sobrinhos. Esteve presente e me deu
apoio emocional quando do falecimento de meu irmão, de meu pai e de minha mãe.
Sua presença, suas sábias palavras, seu
abraço amigo, naqueles momentos, eram para mim um bálsamo.
Aqueles pequenos que o seguiam na volta das aulas para a
casa, se tornaram, para mim, sobrinhos amados. Por Neuza, sua esposa, parceira,
companheira, nutro uma amizade enorme.
Considero a Família Dourado Loula, também, como minha
família. Amo a todos.
Parabéns, Celso! Dia 10 de agosto de 2021 é dia de celebração para todos da família e para todos seus amigos!!! É dia de seu aniversário!!! Que a felicidade caminhe sempre a seu lado e que nunca faltem paz, amor e alegria em todos os momentos de sua vida! Muita fé e muita prosperidade neste seu novo ano de vida! Que a esperança, a alegria de viver e a saúde sejam dádivas renovadas em sua vida, hoje, e que se estendam por todo o ano... Feliz aniversário! Rosaly Conrado
Quero compartilhar com você, Celso, neste dia de
celebrações, um poema que considero repleto de significados, e que sempre me inspira...
A Idade de Ser Feliz
Existe somente uma idade para a gente ser feliz
somente uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
e ter energia bastante para realizá-los
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos
Uma só idade para a gente se encantar com a vida
e viver apaixonadamente
e desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo nem culpa de sentir prazer
Fase dourada em que a gente pode criar e recriar a vida
à nossa própria imagem e semelhança
e sorrir e cantar e brincar e dançar
e vestir-se com todas as cores
e entregar-se a todos os amores
experimentando a vida em todos os seus sabores
sem preconceito ou pudor
Tempo de entusiasmo e de coragem
em que todo desafio é mais um convite à luta
que a gente enfrenta com toda a disposição de tentar algo novo,
de novo e de novo, e quantas vezes for preciso
Essa idade, tão fugaz na vida da gente,
chama-se presente,
e tem apenas a duração do instante que passa ...
... doce pássaro do aqui e agora
que quando se dá por ele já partiu para nunca mais!
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